Você é um Empresário ou um “Propriotário”?

Quero fazer um trocadilho entre ser um empresário da sua empresa ou um “propriotário” da sua empresa, atitudes que fazem a empresa prosperar ou afundar.

Muitos começam a perceber que o negócio não está indo bem, mas não sabem exatamente como chegaram a esse ponto.

Na área que atuo (assessoria financeira e processos), identifico algumas atitudes que acabam com a empresa, sempre que alguns pontos importantes são deixados de lado.

Geralmente, isso ocorre pelo fato de não existir um planejamento bem estruturado e revisado periodicamente. Negligenciam setores, não fazem investimentos, não buscam informação e não interagem com a equipe ou com o desenvolvimento do produto ou serviços que oferecem.

Quero comparar o “Empresário e Propriotário” em algumas situações, para que você possa fazer uma análise e avalie em qual situação você se encontra.

Tem coragem de fazer esta autoanálise?

Primeiro ponto – Olhar para o futuro

Empresário                                                                                         –

Estabelece metas semanais, mensais, trimestrais e anuais. Sabe mudar o rumo da empresa por meio da análise de indicadores de desempenho. Tem visão da empresa para 5 ou 10 anos. Sabe estruturar os objetivos baseado no seu fluxo de caixa.

Propriotário – Tem metas “fakes”, vive com desculpas para mudar o rumo da empresa, não se dedica ao planejamento, acredita muito no improviso. Não mensura resultados, vive o dia a dia como se fosse mais um funcionário da empresa. Cresce desordenado e com desestruturação financeira. Seu objetivo é trabalhar para pagar contas. Sua visão de futuro é míope e pouco eficaz.

Segundo ponto – Comunicação

Empresário – Sabe que a empresa é feita por pessoas. Tem um cuidado desde a seleção de um funcionário, passando pela contratação e pela definição clara e objetiva de sua função. Caso ocorra a demissão, deixa claro o motivo e preserva os seus direitos. Escuta cada colaborador, tira deles o seu melhor. Traça metas que são realizáveis, bonifica com comissões justas e salários compatíveis com o mercado. Preocupa-se com o ambiente de trabalho, elogia em grupo e alinha divergências no reservado.

Propriotário – Não sabe contratar porque não sabe o que quer ou o que a empresa precisa. Se sente o centro das atenções. Não sabe escutar o colaborador, deprecia cada opinião. É inseguro e imaturo muitas vezes, muda de opinião e de temperamento constantemente. Não sabe orientar, tem problema em conduzir as atividades. Vive no caos pela falta de organização e faz tudo na urgência. Grita e faz piadas pejorativas para desqualificar qualquer opinião.

Terceiro ponto – Integração entre os setores

Empresário – Vale dizer que cada setor é uma peça de uma engrenagem, se uma falhar, a máquina fica comprometida. Por isso o fluxo interno deve funcionar de acordo com os objetivos traçados. O objetivo deve ser compartilhado e cada integrante do setor deve se sentir responsável pelos resultados da empresa como um todo. Esse fluxo tem que ser bem pensado e planejado para, em caso de falha no processo, a correção deve ser rápida e eficaz. Por isso, o ideal é manter um fluxo ativo e revisado quase que diariamente.

Propriotário – Não existe um fluxo compartilhado, cada área atua de forma independente, sem metas ou planejamento. Os colaboradores executam atividades por demanda, ficam na dependência de uma ordem de comando. Falta respeito ou carinho pelo trabalho do outro. Vivem na urgência e sem propósito. Não sabe delegar, ele “delarga” as atividades.

Quarto ponto – Atendimento ao consumidor ou cliente

Empresário – Sabe que seu “atendimento ao consumidor ou cliente” é um canal para entender o que seu cliente está pensando da sua empresa. Mensura através de gráficos, índices de satisfação e busca excelência através deles. Respeita e entende cada feedback que recebe, e desenvolve projetos para resolver problemas ou potencializar pontos positivos. Entende a jornada de compra do produto ou serviço adquirido por seu cliente, cria facilidades e entende o perfil do consumidor. Sabe que cada informação adquirida por este canal pode trazer aspectos que levam a melhorias dos resultados da empresa.

Propriotário – Não acredita neste canal, só tem por exigência de órgão reguladores. Ignora comentários ou feedbacks que não o agradam. Sempre culpa o consumidor. Não treina equipe de atendimento. Poucos ou nenhum atendente (ele mesmo faz quando sobra tempo). Trata com descaso o setor, não se envolve em soluções. Cria “estórias” para desqualificar a reclamação e não faz as correções necessárias. Não mantém registros ou não cria um programa de melhorias.

Quinto ponto – Buscar conhecimento

Empresário – Conhecimento é algo que devemos constantemente adquirir, não só da nossa área, mas de outras também. O empreendedor não se limita apenas a um conhecimento. A mente dele é aberta a qualquer tipo de conhecimento, desde que seja relevante e interessante. Pois é claro para ele que o “saber” é o maior patrimônio que ele adquire. Se atualizar gera ideias inovadoras ou insights que podem gerar lucro para empresa. Ele nunca para de aprender, ele lê; ele escuta, ele faz!

Propriotário – Ele limita seu conhecimento, acredita que já sabe tudo que precisa. Escuta ou lê pouco. Tira conclusões sem base de conhecimento. É arrogante na maioria das vezes para esconder seu baixo conhecimento sobre assunto, às vezes, até é rude nas palavras. Tem pouco ou nenhum vocabulário. Se expressa ou se expõe pouco para não mostrar sua ignorância. É incapaz de inovar ou buscar outros rumos para empresa. Geralmente se desespera e se esconde em sua sala, à espera de algum tipo de milagre.

São várias situações que presencio nas empresas, destaquei aquelas que considero as mais comuns. Agora faço o convite para que você que está lendo faça uma autoanálise e veja se “Você é um empreendedor ou propriotário” da sua empresa.

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