Autoconhecimento: alinhando suas expectativas com você mesmo

Você, algum dia, já se fez a pergunta: “Quem sou eu?”.

Ou já se perguntou: “Será que eu sou quem eu acredito que sou? Ou será que sou o que as pessoas acreditam que sou? Ou será que nem sei mais que eu sou?”

Estamos vivendo em um mundo, muitas vezes, irreal. Fugimos de quem somos na essência para atendermos às expectativas das outras pessoas e isso só nos têm levado a um vazio, a uma infelicidade que ficam escondidos nos bastidores das redes sociais.

E, dessa forma, apenas atraímos pessoas que gostam do que aparentamos ser e não o que somos. Atraímos oportunidades que não dão match com a nossa essência. Tomamos decisões que não estão ligadas ao nosso propósito e valores.

Temos medo de expor nossas vulnerabilidades, pois acreditamos que alguém utilizará isso contra nós. Temos medo de expor nossos pensamentos porque não queremos ser julgados. Temos medo de falar não, afinal podemos perder relacionamentos.

E vivemos como personagens das nossas séries, novelas ou filmes preferidos. No fundo, adoramos aquele personagem sensível, transparente e honesto. Mas acreditamos que se no mundo real formos ele, seremos desprezados. Então fingimos ser super-heróis ou então os vilões porque acreditamos que eles são o exemplo da força. Porém, ao analisarmos esses personagens são os que mais possuem conflitos internos, fingindo algo que não são, fugindo de sua verdadeira face.

E isso cada vez traz mais tristeza e frustração… Em um momento da vida, já nem conseguimos nos reconhecer porque nem sabemos mais quem somos ou nos tornamos.

Percebo ao longo desses anos trabalhando com treinamento, consultoria e mentoria que as pessoas que investiram em um processo de autoconhecimento acabaram se tornando mais fortes e seguras, mesmo expondo suas vulnerabilidades. E como isso pode acontecer?

Porque ao jogarem isso ao vento, encontram ajuda das pessoas que, verdadeiramente, se importam com elas e tendo isso claro, buscam ações concretas para lidar com suas fraquezas de forma positiva e proativa.

Além disso, encontram relacionamentos e oportunidades baseadas em seus propósitos e valores. Ao não fingirem mais ser um personagem, mas uma pessoa real, podem viver sua vida de forma transparente. Afinal, viver uma mentira consome nossos neurônios e consequentemente, nossa energia. Imagina ficar pensando a todo momento em não dar nenhum passo em falso?

Mas buscar o autoconhecimento exige coragem em estar frente a frente com quem realmente somos. Nem tudo serão flores, existem muitas coisas que não gostamos em nós (mas não assumimos) ou desagradam outras pessoas. Teremos que renunciar algumas coisas e pessoas para sermos nós mesmos. E será que estamos dispostos?

Mudanças assustam a todos.

Porém, sou uma pessoa que acredita que as perdas compensam os ganhos por tudo o que já vivi.

E por onde começar um processo de autoconhecimento?

  1. Busque referências em sua história pessoal porque muitas habilidades, desejos e gostos foram abandonados na vida adulta para se adaptar ao mundo das outras pessoas.
  2. Liste seus valores inegociáveis, aqueles que você não renunciará de forma alguma.
  3. Descreva seus pontos fortes, pontos de melhoria, competências e conhecimentos. Faça uma autoavaliação disso e depois pergunte para outras pessoas para saber o ponto de vista delas. Talvez, você não tenha percebido algum e que seja importante refletir sobre. Mesmo aqueles que você não goste, não descarte, apenas reflita. Como eu digo: “Durma com esse barulho por algumas noites. Se fizer sentido, pense em como poderá trabalhá-lo. Se não fizer, descarte-o (mas sem mágoa).”
  4. Relacione tudo o que gosta, o que não gosta, o que te faz muito feliz, o que te faz muito triste, o que te traz raiva, o que te dá medo, suas crenças, seus desejos mais profundos, seus pensamentos.

 

Coloque tudo isso no papel porque, dessa forma, você consegue materializar suas ideias e assim elaborar um plano de melhoria contínua. Você poderá reconhecer atitudes que te impedem de alcançar o que deseja.

Foque em apenas um ponto por vez, afinal quem quer tudo, acaba não fazendo e obtendo nada.

Por exemplo: se você acredita que seja importante se comunicar melhor com as pessoas, peça sugestões de como fazer isso, analise o que seria possível fazer nesse momento e AJA. Monitore os resultados e vá se desenvolvendo. Quando perceber que esse ponto evoluiu, foque em outro. Talvez, você perceba que ao trabalhar a comunicação, outras questões também foram trabalhadas e assim você conseguiu andar várias casinhas no jogo da vida.

Tendo a consciência de quem você é realmente e agindo de forma verdadeira, perceberá que você poderá ser alguém muito maior do que é atualmente tanto na sua vida pessoal quanto profissional/ empresarial.

Muito se fala em alinhar expectativas com terceiros, mas antes disso é necessário alinhar as nossas expectativas conosco mesmo, fazer o que é necessário para nos tornarmos quem realmente somos.

 

Com carinho,

Valéria Nakamura.

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